No meio do caos nasce energia boa – que vem de dentro!
Artigo de opinião de Sofia Vinagre, Head of Marketing
Sempre se falou sobre o papel da liderança e da comunicação em tempos de crise. Mas nunca, como agora, estas questões ganharam tanta importância na vida das empresas. De facto, é nas alturas mais exigentes – como esta em que vivemos, de uma pandemia paralisante e global – que os valores de uma empresa e das suas “pessoas” são postos à prova.
Como alguém que pensa e vive a comunicação, dei por mim a pensar: Será que a assinatura da nossa marca – Achieve Ambitions – é verdadeira? Será que cumpre o que promete, em tempos de stress, de complexidade, da “tal” crise? Será que o que prometemos aos nossos stakeholders, internos e externos, é verdade?
Ao reflectir sobre estas questões, comecei, desde logo, por pensar na promessa que fazemos para dentro, isto é, aquela que é feita aos nossos colaboradores. Na verdade, eles são os nossos verdadeiros embaixadores e, nesta altura, a comunicação interna, que é muitas vezes o parente pobre da comunicação e do marketing, nunca foi tão relevante e prioritária como é hoje.
Os tempos que vivemos exigiram a tomada de algumas decisões e medidas difíceis para a generalidade das empresas e das marcas – e a nossa companhia não foi excepção. No entanto, comunicar com os nossos colaboradores de forma honesta e franca, com transparência e disponibilidade, foi um factor crítico e que está a dar os seus frutos. Sobretudo numa empresa como a nossa, onde a transparência, a ética, a colaboração, a parceria e o compromisso são as nossas bandeiras e os valores que guiam a nossa actuação.
Dentro desta “casa”, a comunicação foi constante e diária, com honestidade, humildade e olhos nos olhos – virtuais, claro, mas não mais distantes por isso. Todos foram postos a par das medidas adoptadas com um contacto directo, tendo a equipa de liderança apelado sempre à solidariedade e compreensão de todos, mas respondendo a todas as questões, dúvidas e ansiedades.
O resultado deste trabalho foi a aceitação, o envolvimento e o reforço do espírito de entreajuda de toda a equipa. Podemos estar distantes fisicamente, mas a camisola que vestimos é a mesma; todos foram chamados a fazer sacrifícios, mas com uma “luz ao fim do túnel”, isto é, com a noção de que todos unidos somos mais fortes e vamos mais longe.
É uma energia boa que nasceu no meio do caos e que nasceu porque a promessa da marca está a ser vivida e cumprida no dia-a-dia das nossas pessoas, mesmo que em tempos adversos. Todos gostamos de saber que, durante a tempestade, quem guia o nosso barco acredita e cumpre os valores que estão escritos no painel da entrada na empresa. E não há dúvida, que além das decisões serem ponderadas e responsáveis, a forma como nos chegaram (de forma aberta e com a transparência que o momento exige, mesmo que a realidade seja dura e os seus impactos negativos) foi o verdadeiro twist na relação da empresa com as suas pessoas.
Estou certa de que conseguir este nível de comunicação é elevar a marca e a empresa para outro patamar. Porque a comunicação interna parece fácil e simples, mas a prática mostra-nos que não é bem assim – é, talvez, das disciplinas mais desafiantes para quem comunica.
Se há ensinamento que retiramos desta pandemia é que a mensagem interna tem de ser clara e a transmissão humilde – só isto poderá garantir o envolvimento das nossas pessoas. E é mais importante do que nunca, porque a reputação de uma marca ou empresa tem que começar de dentro para fora. Se não conseguirmos dar o exemplo e envolver as nossas pessoas, como vamos querer que passem a mensagem aos nossos clientes? Como vamos conseguir que a nossa comunidade entenda o que fazemos?
O nosso propósito é hoje mais claro e o nosso compromisso nunca me fez tanto sentido: “We shape the future of Real Estate for a better World”. Um futuro melhor que começa cá dentro, junto dos nossos melhores talentos, e que será ainda mais forte depois de tudo o que de bom nos trouxe esta pandemia.
*Artigo de opinião escrito para a Meios & Publicidade