Euro em paridade com o dólar: há um upside?
Artigo de Opinião por Nuno Santos, CFO na JLL Portugal
Fomos esta semana confrontados com a histórica notícia de que o euro e o dólar praticamente igualaram em valor, num “fenómeno” que é conhecido por paridade. A primeira tendência que temos é encarar esta situação com negatividade devido à desvalorização da “nossa” moeda. Mas será que há algum upside?
Temos que perceber que, apesar de ser algo que acontece pela primeira vez em vinte anos, é um marco muito explicado pela pressão que o euro tem sofrido devido à guerra e, especialmente, devido à crise energética. Esta conjuntura tem colocado o Banco Central Europeu numa posição difícil, que, ao tentar conter a inflação e amortecer o impacto da desaceleração da economia, aumentou os custos dos empréstimos pela primeira vez desde 2011. Pelo contrário, a Reserva Federal Norte-Americana começou a aumentar as taxas de juro mais cedo e de forma muito rápida, tornando os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA mais elevados do que os da dívida da Europa e, assim, levando os investidores a refugiar-se no dólar ao invés do euro.
Mas mantém-se a dúvida da relevância da paridade entre o euro e o dólar.
Foquemo-nos agora no caso português em concreto. Portugal tem vindo a demonstrar o seu valor, ganhando prémios em vários setores como a segurança, o turismo, a hospitalidade e a atratividade para a captação de investimento estrangeiro direto no contexto da Europa, entre outros. Toda esta envolvente foi despertando cada vez mais curiosidade no mercado norte-americano e, na verdade, de acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no 1º trimestre de 2022 o investimento norte-americano terá ascendido a 21,5 milhões de euros, triplicando face ao mesmo período de 2021 e fazendo deste país a nacionalidade estrangeira que mais investiu na aquisição de habitação em Portugal. Mas não é só na atribuição de Golden Visas que existe um aumento de investidores americanos. Com o estreitar das relações transatlânticas e o tão falado Porto de Sines a ser cada vez mais ser um ponto estratégico de comunicação entre os dois Continentesee, o caminho de paridade do euro com o dólar (no cumular de uma valorização de cerca de 20% da moeda norte-americana no último ano) acaba por facilitar o investimento norte-americano que recorre a esta “porta”, pois torna os preços nacionais ainda mais atrativos, beneficiando a economia nacional.
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Ou seja, para responder à pergunta inicial, apesar de o primeiro pensamento da paridade entre moedas poder passar pelo foco negativo na desvalorização do euro, a realidade é que este facto pode ser o catalisador para um investimento norte-americano ainda maior no nosso país e/ou para aumento da procura pelos nossos produtos, levando ao tão desejado aumento das exportações.
*Artigo escrito para o Dinheiro Vivo
Toda esta envolvente foi despertando cada vez mais curiosidade no mercado norte-americano e, na verdade, de acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no 1º trimestre de 2022 o investimento norte-americano terá ascendido a 21,5 milhões de euros, triplicando face ao mesmo período de 2021 e fazendo deste país a nacionalidade estrangeira que mais investiu na aquisição de habitação em Portugal.
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