Comunicado de imprensa

Investimento imobiliário comercial soma €221 milhões no novo confinamento

JLL divulga Market Pulse com os resultados do mercado imobiliário português no 1º trimestre de 2021.

Abril 27, 2021

O investimento em imobiliário comercial atingiu os €221 milhões no 1º trimestre de 2021, período que assinala o segundo confinamento geral imposto pela pandemia COVID-19. Este montante mais que duplica os €90 milhões transacionados no anterior confinamento, ocorrido durante o 2º trimestre de 2020. O valor é apurado pela JLL no seu mais recente relatório trimestral de mercado, o Market Pulse, no qual a consultora analisa o desempenho dos setores de investimento, escritórios, retalho e habitação.

Pedro Lancastre, diretor geral da JLL, comenta o desempenho do investimento imobiliário, frisando que se trata deum resultado notável, considerando que a atividade voltou a desenvolver-se num cenário de confinamento geral, o que atrasou diversos processos em curso”. Além disso, “é um montante em mais de duas vezes superior ao transacionado no anterior confinamento, comprovando que, mesmo havendo um fecho generalizado, os investidores encararam este período com maior confiança do que anteriormente, bem como que o apetite pelo mercado português continua forte”, acrescenta o responsável.

De acordo com o Market Pulse da JLL, a ocupação de escritórios em Lisboa no primeiro trimestre somou 29.000 m2. Este take-up fica 26% abaixo do registado no primeiro confinamento, mas a absorção do ano passado ainda refletiu a realização de muitas operações pré-Covid. Por outro lado, a tendência ao longo do 1º trimestre de 2021 foi de aceleração da ocupação em termos mensais e de manutenção da renda prime em todas as zonas do mercado.

No retalho, o segundo confinamento voltou a impactar negativamente o footfall (número de visitantes) e as vendas, quer no comércio de rua quer nos centros comerciais.

Em sentido inverso, a habitação voltou a mostrar a sua resiliência no arranque deste ano, exibindo uma atividade dinâmica, tanto por parte dos compradores nacionais, como dos internacionais, registando-se um ajustamento em baixa dos preços sobretudo em zonas com forte predominância de turistas e maior predominância de aquisição para investimento.

De uma forma geral, o segundo confinamento foi menos penalizador para o mercado imobiliário do que o primeiro. Isto porque não só não existiu o efeito surpresa causado pelo início da pandemia, como já está a decorrer o processo de vacinação. Mas, acima de tudo, tal deve-se também à solidez do mercado imobiliário, que vinha de um ciclo de forte crescimento e tinha já conquistado um posicionamento sólido a nível internacional, com uma oferta moderna e de qualidade, bem como uma procura cada vez mais diversificada em termos de origens e perfil de investidores, algo que não consideramos reversível. É certo que temos novos desafios trazidos pela pandemia, mas não há dúvida de que o mercado imobiliário tem condições para recuperar os bons níveis de atividade ainda este ano”, termina Pedro Lancastre.

RESULTADOS POR SEGMENTO – 1º TRIMESTRE 2021
INVESTIMENTO

Volume transacionado atinge €221 milhões, 95% dos quais de origem internacional.

Escritórios dominam as operações, com 70% do montante investido, perspetivando-se que em 2021 seja uma das classes de ativos com maior preponderância.

Retalho e hotelaria continuam a estar entre as classes de ativos mais afetadas, mas ainda assim somando cerca de 15% do montante total de investimento, sendo de enfatizar o dinamismo dos supermercados/hipermercados como produto de investimento.

As yields prime mantêm-se estáveis face ao final do ano passado, pelo que ainda em mínimos históricos nos segmentos de escritórios (4,0%), comércio de rua (4,5%) e logística (5,75%).

Dada a elevada liquidez do mercado, continua a existir apetite para comprar e existe um número considerável de mandatos, pelo que mesmo num contexto de transações mais complexas, fruto da atual conjuntura, prevê-se que 2021 tenha um desfecho bastante positivo ao nível do volume de investimento.

ESCRITÓRIOS

Take-up trimestral de 29.000 m2, que representa uma redução de 34% face ao período homólogo. A incerteza trazida pelo novo confinamento voltou a suspender muitas decisões, com impacto direto na absorção, embora o mês de março tenha trazido um novo dinamismo ao mercado, que se prevê que se mantenha ao longo dos próximos trimestres.

As cinco maiores operações do trimestre variaram entre 1.800 m2 e 4.600 m2, apurando-se uma área média por transação neste período ligeiramente superior a 1.000 m2.

A zona 5 – Parque das Nações foi o principal destino das empresas no trimestre, com 35% do take-up, um resultado influenciado pela concretização de operações de pré-arrendamento em edifícios ainda em desenvolvimento.

As rendas apresentam uma tendência de estabilidade em termos trimestrais e homólogos em todas as zonas, mantendo-se a renda prime em 25€/m2/mês.

O pipeline de novos escritórios em 2021 soma 10 edifícios no total de 148.200 m2, dos quais cerca de 35% se encontram já comprometidos

Os maiores desafios do setor assentam na flexibilidade dos modelos de trabalho, na generalização do uso da tecnologia e na centralidade do colaborador e do seu bem-estar. Muitas empresas estão a repensar estratégias para redefinir os seus espaços de trabalho. Isto pode abrandar o volume de procura no curto prazo, por um lado, mas tenderá a imprimir maior dinamismo no futuro, pela necessidade de criar espaços que promovam a colaboração, a interação e a experiência entre colaboradores.

RETALHO

O retalho volta a ser um dos setores mais afetados pela pandemia com o novo confinamento, registando quebras nas vendas e no football, quer no comércio de rua quer nos centros comerciais.

O comércio de proximidade e conveniência, os supermercados e as lojas de bricolage e decoração mantiveram-se os segmentos com maior procura no primeiro trimestre de 2021.

As rendas prime no imobiliário de retalho mantiveram-se estáveis face ao final de 2020, situando-se em €115/m2/mês nos centros comerciais e em 130€/m2/mês no comércio de rua do Chiado.

Nos centros comerciais mantém-se a grande incerteza,  perspetivando-se um aumento de descontos extra covid e um prazo mais alargado para a ocupação de lojas que fiquem devolutas, o que terá consequências significativas na sua performance.

O retalho encontra-se num momento de transição, sendo necessário conjugar a vertente digital da compra - que se alargou com a pandemia - e a componente de experiência sensorial e de lazer que estão associadas ao retalho. Este é, assim, o momento para repensar estratégias, pelo que muitos retalhistas estão a equacionar o fecho de lojas, mas a abertura de novos espaços mais emblemáticos que se tornem destinos de compras e potenciem uma experiência não replicável online, o que será uma oportunidade significativa para a transformação deste setor.

HABITAÇÃO

Mercado residencial mantém o dinamismo, por parte dos compradores domésticos e internacionais, com os primeiros a registar uma quota de 70% das vendas no primeiro trimestre.

Neste período, registou-se um ajustamento em baixa nos valores de venda nas zonas mais afetadas pela ausência de turistas, nomeadamente a zona Histórica, o Chiado e o Príncipe Real, que são igualmente muito procuradas para investimento. Esta redução reflete o aumento da oferta de usados nestas zonas mas ainda assim, os  valores de venda na zona Histórica situam-se nos 7.000€/m2e no Chiado/Príncipe Real em 8.500€/m2.

Em sentido oposto, em zonas menos centrais ou emergentes da cidade, assinalam-se subidas de preços fruto de novos empreendimentos com maior qualidade e que vêm colocar os valores de venda num patamar mais elevado. São exemplo desta subida as zonas de Sete Rios (6.000€/m2), Braço de Prata (5.500€/m2) e do Parque das Nações (6.000€/m2).

O setor residencial continua atrativo para promotores e investidores, mantendo-se o interesse pelo centro da cidade, ao mesmo tempo que se alargam os destinos de investimento para zonas com potencial para desenvolvimento de grandes projetos em zonas mais periféricas, entre as quais se destaca a Margem Sul do Tejo, nomeadamente os concelhos de Almada, Seixal, Montijo e Barreiro.


Sobre a JLL

A JLL (NYSE:JLL) é uma empresa líder de serviços profissionais especializada em imobiliário e gestão de investimento. A JLL está a construir o futuro do imobiliário para um mundo melhor, utilizando a mais avançada tecnologia para criar oportunidades vantajosas, espaços extraordinários e soluções imobiliárias sustentáveis para os seus clientes, as suas equipas e a comunidade. A JLL é uma empresa que integra o índice Fortune 500 com receitas anuais de $16,6 mil milhões, operações em mais de 80 países e uma equipa global de mais de 91.000 profissionais (à data de 31 dezembro de 2020). JLL é a designação e marca comercial registada pela Jones Lang LaSalle Incorporated. Para mais informações, visite www.jll.com