O mais antigo edifício do Chiado?
Se o Chiado tem coração, é o edifício dos Armazéns do Chiado.
Se o Chiado tem coração, é o edifício dos Armazéns do Chiado.
Desde 1279 que existia neste local o Convento do Espírito Santo da Pedreira, devendo-se a sua denominação ao facto de estar assente sobre uma grande rocha que descia até à atual Baixa.
Totalmente destruído pelo terramoto de 1755, o convento foi de novo reconstruído esperando o regresso da sua comunidade religiosa. Como nunca aconteceu, o edifício passou a ser o Palácio Barcelinhos, depois de adquirido pelo Barão do mesmo nome, em 1836, para sua habitação.
Depois foi Hotel dos Embaixadores, Hotel Europa, Hotel Gibraltar e por fim Hotel Universal.
Para além do grande incêndio de 1988, cento e oito anos antes, outro importante incêndio ocorreu no local, em 1888. O Diário de Notícias de 30 de Setembro desse ano dizia “Correu ontem perigo de ser inteiramente destruído pelo incêndio que a li se desenvolveu pelas 4 horas da manhã, o edifício mais antigo e o mais notável do Chiado, e que serve de fundo a esta importante rua da cidade.” e na Crónica Ocidental escrevia-se: “Há muito que em Lisboa não havia um incêndio assim.”
Depois da sua reconstrução instalaram-se finalmente, em 1894, Os Grandes Armazéns do Chiado, trazendo para Lisboa um novo conceito comercial e cosmopolita à moda parisiense, um espaço amplo e variado de grande sucesso.
Resta dizer que aqui nasceu, em 1850, o artista Alfredo Keil (autor do hino nacional), que a grande Sarah Bernhart aqui esteve hospedada em 1888 e que o incêndio de 1988, trouxe à luz do dia, nos escombros dos armazéns, antigas dependências do primitivo convento medieval.