Artigo

Continuamos em rota ascendente

Quando há um ano atrás fiz o mesmo exercício de análise do mercado de escritórios em Lisboa tínhamos atravessado o pior ano da última década em termos de absorção neste setor.

Abril 09, 2015

Quando há um ano atrás fiz o mesmo exercício de análise do mercado de escritórios em Lisboa tínhamos atravessado o pior ano da última década em termos de absorção neste setor. Ainda assim, o tom foi bastante positivo. A dinâmica registada no segundo semestre desse ano (2013) fazia prever um 2014 muito diferente e, felizmente, não nos enganámos. Desde essa altura que a ocupação tem vindo a aumentar todos os trimestres e 2014 ficou, definitivamente, marcado como o ano da viragem e no qual todos os indicadores evoluíram de forma positiva. O ano encerrou com um crescimento de 63% no volume de absorção, a área média transacionada aumentou para os 530 m², o número de operações acima dos 1.000 m² foi bastante superior e a taxa de disponibilidade desceu consideravelmente para os 12,1%. Nota ainda para o facto da maior operação realizada no mercado ter quase o dobro da maior área de 2013.

Esta retoma traduz, claramente, uma melhoria dos níveis de confiança das empresas que, tendo por base um clima económico mais estimulante, começam a alterar as suas estratégias imobiliárias. O momento é ainda favorável aos ocupantes, mas esta situação poderá inverter-se num futuro próximo. Tendo isto em consideração, as empresas estão a aproveitar para se instalarem em escritórios de qualidade superior, melhor localizados e em condições que ainda lhes são vantajosas.

Além disso, gostaria ainda de dar nota de outra tendência que começa também a dinamizar o mercado. Estou a falar da aposta de algumas multinacionais para instalarem em Lisboa os seus escritórios, em detrimento de outras cidades europeias, uma realidade que é já bem evidente no caso dos call centers e de empresas tecnológicas.

Tudo isto nos leva a crer que 2015 continuará no caminho da recuperação e só posso terminar esta breve análise com um tom ainda mais optimista. Até porque o mercado começou o ano em rota ascendente, superando já em dois meses de atividade a performance do total do 1º trimestre do ano passado em cerca de 10%.