Market 360º 2021-2022
Consulte o estudo que concentra toda a informação relevante sobre o mercado imobiliário em Portugal em 2021, abordando, ainda, as principais tendências para o setor em 2022.
- Joana Fonseca
O mercado imobiliário terminou 2021 a superar muitas das expetativas traçadas no início do ano.
Para 2022 estima-se que a atividade nas áreas ocupacionais, de investimento e promoção tenham uma trajetória de crescimento, regressando até aos níveis pré-pandemia. Ao mesmo tempo, os setores-estrela em 2021 como a habitação, industrial & logística e o imobiliário de usos alternativos deverão continuar a registar desempenhos sem precedentes.
A habitação foi setor em destaque em 2021, superando todos os anteriores níveis de atividade, com a transação estimada de 190.000 casas e um volume de vendas de €30.000 milhões, acompanhada por uma forte subida de preços (+12% face a 2019) motivada, sobretudo, pela falta de oferta.
Outro segmento surpreendente foi o imobiliário de Industrial & Logística, no qual os níveis de ocupação passaram o patamar inédito de 580.000 m2. Marcada pelas operações de expansão, pré-arrendamento de espaços logísticos e lançamento de novos projetos, a atividade neste segmento não foi mais além devido à falta de oferta de espaços adequados à procura.
Em 2021 destacou-se também o segmento de Alternativos, com um desempenho sem precedentes. A alocação de capital foi a mais elevada de sempre, com €684 milhões de investimento registados, e uma diversificação de classes de ativos como foco de investimento. Os segmentos de Private Rented Sector (habitação para arrendamento) e de Saúde foram os mais dinâmicos, mas as Residências Sénior têm registado uma atratividade crescente.
No Investimento, a aquisição de imóveis comerciais somou €2.020 milhões, dos quais 80% de origem internacional, com a entrada de vários operadores novos, o que comprova a atratividade do mercado nacional. Trata-se de um volume abaixo da média dos últimos três anos, mas isso deve-se sobretudo ao adiamento de importantes negócios para 2022.
Os Escritórios somaram 162.000 m2 de ocupação em Lisboa e outros 57.000 m2 no Porto, ambos em crescimento, de respetivamente 17% e 5% face a 2020, e com uma procura sólida por áreas de grande dimensão.
No Retalho verificou-se uma gradual retoma da atividade e o regresso dos consumidores aos espaços das lojas, sendo o Comércio de Rua um dos formatos que surpreendeu pela positiva, com uma forte aposta nas lojas de bairro e proximidade, colmatando a redução de fluxos turísticos.
Na Hotelaria o ano também foi de recuperação, mesmo que tímida, quer em termos operacionais quer de investimento, onde a atividade somou cerca de €296 milhões. As taxas de ocupação mantêm-se, contudo, baixas (em torno dos 27% em Lisboa e Porto) face ao pré-Covid, mas as expetativas são para que recuperem em 2022.
O desempenho da Promoção Imobiliária esteve marcado por um primeiro semestre muito condicionado pela pandemia, mas que ressurgiu na segunda metade do ano. O apetite para a aquisição de terrenos e ativos de desenvolvimento está a crescer e a aproximar-se dos níveis pré-Covid, incluindo quer players nacionais quer internacionais, projetos em vários segmentos e com várias escalas, alicerçados numa elevada procura por parte dos utilizadores finais.