E o Chiado era…
A zona do Chiado nasceu no século XIII no alto de uma das colinas de Lisboa, povoando-se de conventos e solares fidalgos até ao século XVI. E é a meio de quinhentos que surge a origem do seu nome.
A zona do Chiado nasceu no século XIII no alto de uma das colinas de Lisboa, povoando-se de conventos e solares fidalgos até ao século XVI. E é a meio de quinhentos que surge a origem do seu nome.
A história mais comum é associar o nome Chiado ao poeta António Ribeiro “o Chiado” (frade alentejano nascido em Évora na primeira metade desse século), que por aqui circulava e que por aqui libertava poesia. Mas certo é a origem ser mais prosaica.
O olissipógrafo Matos Sequeira (1880-1962) revela um documento de herança, de 1567, em que se reconhece que umas casas (taberna incluída) pertencentes ao taberneiro Gaspar Dias de alcunha “O Chiado”, foram deixadas à sua mulher. O documento expressa: “…as casas de Catarina Diaz a Chiada de alcunha”. Segundo o mesmo documento, a dita taberna encontrava-se na Rua das Portas de Santa Catarina, esquina com a Calçada Paio de Nabares, ou seja, sensivelmente na actual esquina da Rua Garrett com a Rua do Carmo.
Mas foi sem dúvida o poeta alentejano – ao que parece, frequentador assíduo desse estabelecimento – que transportou o nome Chiado até aos dias de hoje. Só não se sabe se o termo foi “roubado” ao proprietário da taberna Gaspar Dias, ou se seria mesmo nome de família, já que era um apelido muito comum no Alentejo dessa época.
A zona só passou oficialmente a designar-se Chiado por um edital de 1859. Mas é já no século XX, em 1925, que um novo edital muda a denominação Largo Das Duas Igrejas para Largo do Chiado, onde o poeta – que morreu nesta cidade em 1591 – se imortalizou em bronze.