Artigo

Os últimos 10 anos foram de mudanças disruptivas

Artigo de opinião por Pedro Lancastre, CEO JLL Portugal

Outubro 02, 2023

Os últimos 10 anos foram de mudanças disruptivas em todas as áreas da nossa vida, e o imobiliário não foi excepção. Tivemos um período de intervenção externa, com reformas estruturais que alteraram o panorama imobiliário, com destaque para a alteração à lei do arrendamento, que fez escalar a reabilitação urbana, com grande impacto no mercado de habitação e de comércio de rua. Todo este ciclo virtuoso de revitalização fez atrair mais pessoas, mais empresas e mais marcas para o nosso País, que iniciou então um percurso de projecção internacional em que o imobiliário foi o grande íman de atracção de investimento.

Seguiram-se anos em que o imobiliário foi o trampolim da recuperação económica do País, com uma dinâmica nunca vista especialmente junto dos consumidores finais de imóveis. Temos hoje um padrão de 70 a 80 nacionalidades compradoras de habitação no País, multinacionais que nos escolhem para implantar sedes e centros de serviços europeus e até globais, além de um fluxo de capital institucional nunca visto, com médias anuais em torno dos 3.000 milhões de euros.

Com a chegada da pandemia, uma aceleração de tendências como o trabalho virtual e as compras online, que exigiram muito do imobiliário. Mais uma vez provamos ser um mercado sólido, cuja diversificação de fontes de procura, segmentos, localizações e origem de investidores já não se desfaz, e com uma enorme capacidade de resistência a choques imprevistos.

Em termos da consultoria, destacaria a capacidade de evoluir em antecipação às necessidades dos nossos clientes e, mais do que isso, às necessidades das comunidades que nos rodeiam, o que é especialmente importante nestes momentos disruptivos como sentimos na última década. É essencial hoje termos equipas preparadas para estar ao lado dos clientes na implementação do seus projectos e ideias, e que essa colaboração não se esgote na concretização de um negócio. Deve permitir actuar de forma positiva e sustentável sobre os espaços e as cidades, construindo um futuro melhor para as gerações. Esse tem que ser o motor da consultoria, a qual tem que estar equipada com um leque de serviços 360º que permita actuar em toda a linha de criação de valor imobiliário.

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Uma das lições que tirámos dos últimos três anos foi que tudo pode mudar, de forma rápida e intensa. Passámos por uma pandemia, e quando pensávamos que tudo retomaria a normalidade (mesmo que nova), surgiu um conflito na Europa, com todas as consequências macroeconómicas que já conhecemos. Por isso, é difícil estar a antecipar desafios futuros.

Para já, num horizonte mais breve sabemos que dois dos grandes desafios do mercado nacional são a falta (generalizada e estrutural) de oferta e as novas condições macroeconómicas (inflação e aumento dos juros), além de sempre ser importante a estabilização legislativa e fiscal, que pode ser um grande handicap para o nosso mercado, especialmente no que se refere à criação de nova oferta. Não obstante esta conjuntura, é verdade que começa a emergir o sentimento de que os operadores (investidores, promotores, …) e os consumidores de imobiliário (ocupantes ou compradores) estão a adaptar-se à actual realidade de mercado, em que os custos de financiamento e capital estão mais caros e em que há uma perda de poder de compra das famílias, mas onde preços e rendas não estão a quebrar devido à escassez de oferta.

Dito isto, é mesmo esta capacidade de adaptação que é importante destacar: o mercado imobiliário, quer do lado da oferta quer da procura, tem tido a capacidade, não só de se ajustar a cada novo ciclo económico, como de se reinventar, encontrando novas formas de criara valor. Somos um mercado preparado para enfrentar desafios.

É sempre bom relembrar que o retalho continua a evoluir e, com ele, também a forma como as marcas devem criar experiências para os seus clientes. Enquanto consumidores, temos cada vez mais tecnologia ao nosso dispor e temos mais escolhas do que nunca em relação ao que compramos e à forma como compramos.

*Artigo de opinião escrito para a Magazine Imobiliário

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